sexta-feira, 22 de abril de 2011

Feliz Páscoa!

Você tem bichanos???


Cachorro precisa de agasalho???


Tira já a roupa!
Gorro, casaquinho e, não raro, cachecol e meias! Se você acha que cobrir seu bicho das patas à cabeça vai protegê-lo do frio, saiba que, além de deixá-lo desconfortável, isso pode ser um perigo e tanto

por Elaine Moraes
design GIOVANNI TINTI

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Chega o inverno. E aí, com a melhor das intenções ou, vamos ser francos, por puro exibicionismo , você resolve vestir o seu cão com roupas para dias de temperatura mínima, como se ele já não fosse munido por natureza de pelagem, curta ou longa, não importa. Antes de montar um guarda-roupa completo para o seu bicho passear nesta estação, alto lá. Bom senso, por favor, até por questões de saúde.
De acordo com Mário Marcondes, diretor clínico do Hospital Veterinário Sena Madureira, em São Paulo, muita gente peca pelo exagero quando resolve encapotar o pobre animal e faz de um passeio com o cachorro um desfi le de modelitos fashion. Além de inútil, tanta roupa pode botar o cão em risco, alerta o veterinário.O cachecol, por exemplo, às vezes provoca acidentes quando ele, tentando se desvencilhar da peça, acaba se enforcando.

Cães de pelagem longa defi nitivamente não precisam de roupa nenhuma, por mais frio que esteja o clima. Os que estão acima do peso, mesmo que sejam de uma raça de pelagem curta, também não. A própria gordura corporal já os deixa aquecidos, justifi ca o veterinário José Manuel Mourino, da Clínica Pet Place, em São Paulo. Se você teimar em agasalhar seu pet peludo ou gordo, só vai contribuir para uma bela hipertermia, quando a temperatura do corpo sobe além da conta.

As raças de pêlo curto até podem aderir à moda, desde que você note que, de fato, seu cachorro sente frio (veja o quadro abaixo). No caso, escolha uma única peça e muito importante também observe se ela não tolhe os movimentos. Aliás, o ideal é que o animal seja acostumado à novidade aos poucos. E, se perceber que não quer mesmo saber de sair vestido, o melhor é não insistir. Para alguns, o contato do tecido com o corpo pode provocar um coça-coça sem fi m e até mesmo uma doença de pele, se houver predisposição. O que tem que prevalecer sempre é o conforto, conclui Mourino.


NÃO INVENTE MODA
Tecidos sintéticos e de lã costumam causar alergias. Prefi ra os de algodão ou malha macia.

Sapatos? Nem pensar! Além de incômodos, fazem o cão perder o tato, que no caso é sentido principalmente por meio das patas.

Se o bicho é gordinho ou tem pêlos longos, deix e as roupas de lado e, no máximo, pro videncie um edredom ou travesseiro, só para dar aconchego na hora da soneca em noites mais frias.


DOIS SINAIS DE FRIO

1. Ele tem ataques de tremedeira.

2. As orelhas e as patas fi cam bem mais frias do que o normal.

sábado, 16 de abril de 2011

Espaço Terapeutico!!!


Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico

O resfriado ocorre quando o corpo não chora.
A garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
O coração enfarta quando chega a ingratidão.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.

O plantio é livre. A colheita, obrigatória.

P.S.: Normalmente, o(s) sintoma(s) ocorre(m) 3 dias após o "acontecido".
Descubra o que te prejudicou e coloque para fora, em conversa com
amigos ou com um profissional, que vc se cura!!!

Sua saúde e sua vida dependem de suas escolhas!!! Escolha ser feliz!!!!

"Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a
felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir
embora por não perceber sua simplicidade."
                                            Mário Quintana

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Atenção...Sacolas Recicláveis!!!



Biodegradável x Degradável x Plástico PDF Imprimir E-mail
02 Out 2007, 13:03
Estou vivendo uma situação no mínimo curiosa aqui em Calgary, Alberta, Canadá (e acredito que a mesma situação esteja acontecendo pelo mundo afora): empresas grandes, ligadas a esportes ou à vida natural estão dando sacolas de compras para os clientes com algumas propriedades degradáveis, mas as próprias empresas não sabem muito bem do que se trata e não instruem seus funcionários, que dão informações contraditórias, quando dão alguma. As empresas claramente usam esta oportunidade como marketing, sem saber que, muitas vezes, fazem mais mal do que bem.

Cheguei aqui em 2005 e logo fui trabalhar na Mountain Equipment Co-op (MEC), uma cooperativa que vende equipamentos para esportes impulsionados pelo homem – não entra nada a motor ali! É uma mega-cooperativa, com cerca de 11 lojas grandes espalhadas pelo Canadá, venda pela internet, marca própria além de outras, e uma política de só vender para quem é membro. Torna-se membro quem paga os $5 (dólares canadenses), válidos para a vida toda. Fiquei um ano lá, trabalhando no começo no estoque e, depois, na loja atendendo os membros (função para a qual passei uma semana sendo exaustivamente treinada, já que os membros fazem perguntas extremamente técnicas sobre os equipamentos vendidos ali) e no caixa, onde fiquei apenas por um curtíssimo período.

Quando saí de lá, a loja já oferecia as bio-bags, sacolas de ‘plástico’ feitas, na verdade, de amido de milho (cornstarch) e, por isso, biodegradáveis. Custam quatro vezes mais do que as de plástico comum e podem causar ainda mais danos ao meio ambiente, se enviadas ao aterro sanitário. De acordo com a Sociedade Americana para Testes e Materiais (American Society for Testing and Materials – ASTM), um órgão internacional que estabeleceu parâmetros para plásticos compostáveis e degradáveis, plásticos compostáveis são ‘capazes de decompor biologicamente na compostagem, de tal forma que ele não será fácil de distinguir visualmente, se transformando em dióxido de carbono, água, compostos inorgânicos e biomass, não deixando resíduo tóxico.

Portanto, sacolas biodegradáveis são feitas para irem para a compostagem e, desta forma, se decompor na presença de microorganismos e oxigênio. Se forem para o aterro, irão gerar metano, um dos gases do efeito estufa, já que vão se decompor sem a presença do oxigênio, ou seja, anaeróbicamente. Vale lembrar que o mesmo acontece com restos de grama cortada, frutas, vegetais, folhas, jornais etc. Em 2003, os aterros sanitários de Calgary emitiram a mesma quantidade de gases (greenhouse gases) que 75 mil camionetes (SUVs) sendo usadas durante um ano inteiro!

O conceito é ótimo, mas o resultado deixa a desejar, já que não fomos treinados para responder perguntas sobre a bio-bag. Pior, são dadas sem a menor cerimônia para membros que sequer percebem não se tratar de um plástico ‘comum’. Mesmo que soubessem, a maioria não tem compostagem em casa e a prefeitura, apesar de receber abóboras durante o Halloween e pinheiros durante o Natal que viram compostagem nos aterros sanitários de sua propriedade, não faz coleta seletiva de nada, que dirá de orgânicos!

Antes o problema fosse apenas o envio das bio-bags para o aterro. Como não sabem que se trata de uma sacola biodegradável (apesar de escrito na própria sacola), ou, se sabem, não entendem o conceito, acabam colocando-a nas coletas de sacos plásticos para reciclagem e atrapalham a vida dos recicladores, já que as sacolas são feitas de um material diferente que, uma vez reciclada, irá ‘enfraquecer’ e alterar a qualidade do plástico gerado na reciclagem.

Outra empresa chamada Community Natural Foods passou a entregar sacolas de plástico degradáveis, que se decompõe na presença de oxigênio em cerca de 24 meses. Estas, por sua vez, podem ser recicladas, mas não podem ser compostadas. Isto também vem escrito na sacola, mas os funcionários sabem pouco e cada um tem uma resposta diferente, quando inquiridos sobre o assunto. Pasmem, mas a própria prefeitura da cidade responde inverdades através do telefone de atendimento ao público e dizem que podemos reciclar as sacolas biodegradáveis! Um supermercado de produtos orgânicos chamado Planet Organic introduziu as sacolas de plástico ‘oxo-biodegradáveis’ que, assim como os plásticos degradáveis, são derivados do petróleo e aditivos para se degradarem mais rapidamente na presença de calor, humidade e/ou raios ultravioleta (UV). Moléculas grandes se partem em menores e assim por diante até ficarem pequenas o suficiente para desaparecerem no solo. Mas, veja bem, este plástico não é feito para ir para a compostagem!

O grupo Forzani, um gigante das lojas de materiais esportivos, acaba de trocar os plásticos pelas bio-bags também, um ano depois da MEC, muito provavelmente impulsionados pela pressão que a MEC e seus membros fazem, concorrentes diretos de algumas lojas do grupo, como a Coast Mountain Sports. A pessoa responsável por esta iniciativa, aqui em Calgary, não sabia responder a diferença entre as sacolas e como torná-la ‘amiga’ do meio ambiente, jogando-a na compostagem. Chega a ser quase assustador...

Mas, o que fazer? A melhor solução é não usar sacos plásticos. Da próxima vez que for ao supermercado ou à feira, leve sua sacola de algodão ou mesmo uma mochila. No Canadá, um país com apenas 30 milhões de habitantes (a população da Grande São Paulo espalhada pelo segundo maior país do mundo), 55 milhões de sacolas plásticas são dadas POR SEMANA! Não faço sequer idéia dos números brasileiros, mas com certeza deve ser muito superior a este. Portanto, a maior contribuição que alguém pode fazer para minimizar o problema é usar uma sacola reutilizável. No entanto, se for usar algum tipo de sacola citada acima, dê o destino correto a cada uma delas..

terça-feira, 12 de abril de 2011

José Angelo Gaiarsa! foi embora mas, sua mensagem, FICA...





ENTRE NESTE NOVO MUNDO

AMOR - ESSE DESCONHECIDO
J. A. Gaiarsa

"O amor é a certeza de estar experimentando a
realidade como criação contínua".

Milhões de vezes já se perguntou o que, afinal, é o amor - qual sua definição? Desistiremos para sempre da tarefa de pôr o amor em palavras?

E muito, muito, pela música da voz…
Não creio me seja dado definir o amor, mas tenho o controlo filosófico (e lógico!) de poder demonstrar:
O amor é indefinível
(o amor é sempre único)
Ele é, por excelência, o sentimento/sensação do aqui/agora, isto é, a descoberta do outro, da individualidade dos personagens e do momento.
Numa reunião de amigos e conhecidos, de repente, olhares se iluminam e se buscam - disfarçadamente, é claro!
Vai começar a caçada!
O amor é a certeza de estar experimentando a realidade como criação contínua.
A realidade - fora ou dentro, tanto faz - sendo percebida como um interminável acontecer de surpresas, como se a cada momento as transformassem em outras.
Um universo mágico onde tudo é forma e transformação - e nada é "coisa" ou "objeto".
Nada além é nada aquém do aqui/agora, o acontecer que se manifesta e é percebido por mim (do meu jeito) neste momento.
Só o presente é eterno
Quero dizer seja encantamento amoroso, a descoberta ou a percepção do outro como único e do momento de nossa relação, naquele instante, como único. Nada semelhante antes nem depois.
O encantamento amoroso é um momento de iluminação natural - de revelação ou descoberta - mesmo quando o conteúdo dessa descoberta é obscuro. Por isso não pode ser definido. Por definição (!) ele é diferente em cada momento em que é sentido, tão diverso quanto as pessoas e as horas de envolvimento nas quais está presente.
"Não se pode fazer ciência com o individual, com o único", diziam os filósofos e dizem hoje os cientistas.
Todos os conhecimentos, tanto o científico quanto aquele implícito no uso das palavras, são estatísticos, de algum modo são médias.
"O" cavalo não existe; existem cavalos, na certa com inúmeras características semelhantes, mas, para o bom cavaleiro de rodeios, cada um deles é inconfundível - único.
Gente também é - como dizemos na conversa. Mas logo depois negamos a afirmação emitindo um julgamento ou uma crítica a respeito de alguém ou alguma coisa. Isto é, somos todos diferentes uns dos outros, tudo bem, mas ela está errada (portanto, eu estou certo, tenho razão, quiçá direito, a culpa é dela, claro…).
Mestre Foucault disse tudo: "Dar nome é classificar".
Isso é, dar nome consiste em situar um objeto único "dentro" de uma classe de objetos tidos como iguais ou muito semelhantes entre si.
O caso mais triste pode ser ouvido nestas frases tão comuns:
"Queria tanto ser como 'eles' são - não se preocupam com nada…" (conversa de mãe comentando adolescentes…). "Doutor, gostaria tanto de ser normal, como todo mundo…", "Você acha que isso é normal?" (isto é, parecido com o que eu imagino que todos ou quase todos fazem?). As pessoas são péssimas em perceber diferenças e aprenderam desde cedo a procurar semelhanças - que dão segurança.
Se "os homens são assim" então posso tratá-los do mesmo modo - sei o que fazer.
Sempre que pensamos em cavalos, eles são todos iguais entre si - na nossa cabeça. Na realidade, jamais foram nem serão.
Até aqui podemos estar começando a compreender - e a aceitar - algumas das distâncias e diferenças que ao mesmo tempo nos definem, nos aproximam e nos separam - a mim e a ti - os quereres…
É mais prático, é mais fácil e é muito falso dizer: "Conheço bem a Carla. Ela é sempre assim", "Da Miriam? O que você ia esperar dela?" (Isto é, nunca espere nada de diferente partindo dela.) Marido é assim, mulher é assim, filho é assim e então nos dispomos a agüentar - não são todos "iguais entre si?"
Simplificamos demais a noção que temos dos outros - principalmente das pessoas familiares (da família ou não).
Vivemos como o sargento do exército: se são soldados rasos, se estão vestidos de verde, se não têm insígnia nenhuma no ombro, então se pode tratá-los como se fossem todos "iguais entre si" - na subordinação e na indiferença.
O amor nos tira do pelotão. De repente - é sempre de repente mesmo -, em vez de ver a massa verde, uma figura se destaca, vem para primeiro plano, "me interessa" ou prende minha atenção, meus olhos.
Não sou mais "como os outros", "como todo mundo", "como eles", nem mesmo "como os da minha turma".
Cada um dos dois envolvidos em encantamento se faz, para o outro, uma "forma" bem definida contra o "fundo" confuso e cinzento do em torno - e dos demais.
Ela é uma mensagem clara a surgir do ruído da multidão.
Naqueles momentos um existe exclusivamente em função do outro, e os dois estão completamente fora do que a maioria chama de realidade.
Texto do Livro:
"Lições de Amor: Briga de Casal"
J. A. Gaiarsa
Editora Gente

sábado, 9 de abril de 2011

Farmácia Amazônica!!!

29/12/10 - 08h06 - Atualizado em 29/12/10 - 08h06

Pesquisa quer criar anti-inflamatório a partir de árvore da Amazônia

Óleo de copaíba já era usado por índios antes da chegada de portugueses.
Medicamento pode ser vendido em até 5 anos, acreditam estudiosos.
Do Globo Amazônia, em São Paulo
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Extração do óleo não depende de derrubada da árvore. (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) desenvolvem um anti-inflamatório criado a partir do óleo da copaíba, árvore com grande concentração na Amazônia e também presente em outras áreas do país. As informações são da agência USP.


O óleo já era usado para tratamento por populações indígenas antes da chegada dos portugueses e hoje está comprovado cientificamente que ele tem propriedades de um anti-inflamatório. Por isso, pesquisadores trabalham no desenvolvimento de um medicamento, que ainda passará por diversos testes.

O medicamento poderá ser comercializado em até 5 anos, segundo estimativa dos pesquisadores, que desenvolvem o estudo junto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Fiocruz e uma empresa farmacêutica de Indaiatuba, em São Paulo. O teste do remédio em animais já foi aprovado.

Pesquisadores defendem que o uso do óleo da copaíba para produção de medicamentos não resulta em impacto negativo ao meio ambiente. Isso porque a extração do óleo pode ser feita sem a necessidade de derrubar a árvore.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Chacina em Realengo!!!

A chacina é o show da vez

08/04/2011
Se não bastasse todo brasileiro médio ser um pouco anti-americano – e não só por influência das bobagens da nossa direita nacionalista e de nossa esquerda atrasada – ainda por cima foi necessário agüentar, na TV de ontem, algumas figuras tentando se livrar de mais um problema nosso jogando a culpa nos Estados Unidos ou no “Primeiro Mundo”. Realengo, Realengo: foi nossa “primeira chacina” made in USA – eis aí o que psiquiatras, políticos, jornalistas e outros papagaios quiseram nos fazer crer pela TV. Todavia, logo que diziam isso, passavam alguma reportagem que, na cara dura, os desmentia. Como? Simples: as reportagens mostraram, junto com massacres ocorridos em vários outros países, alguns que ocorreram no Brasil. Aliás, tiros em escolas ocorrem todos os dias. Esses fatos não viram notícia porque são encenados por atiradores ruins de mira, o que não foi o caso do ex-aluno do colégio de Realengo.
Além de comemorar com a tragédia seu fanatismo anti-americanista, a imprensa também comemorou a própria tragédia. O que houve de gente que forçou as lágrimas para parecer … humano, ao menos na TV, extrapolou o que eu desejaria ver. Esperava que apenas alguns políticos vertessem lágrimas de crocodilo. Mas que nada, o que vi de gente esquisita querendo chorar e, não raro, não conseguindo, não foi pouco.
Digo isso com tranqüilidade. Poucas vezes na vida tive tanta certeza ao dizer uma coisa como esta: nossas elites políticas e nossa sociedade em geral não estão nem um pouco interessadas em cuidar de escolas ou de educação ou de crianças. Mas, quando esse povo tem oportunidade de se descabelar na frente de uma escola abandonada ao Deus dará, não perde isso por nada no mundo. Pais que jamais apareceram na escola foram chamados, desta vez, para uma reunião de morte e não para reuniões pedagógicas, e, então, finalmente, compareceram. Um aviso para a diretora: na próxima reunião pedagógica, use um revólver, não carta ou e-mail. Políticos que nunca foram numa escola pública estiveram no local, em comissão, visitando as instalações e prestando “solidariedade”, principalmente se tal coisa podia render alguns segundos na frente das câmeras. Ministros e secretários que desconsideram os salários dos professores e as condições de falta de mão de obra em escolas apareceram na TV. Não deixaram de dizer que haviam deslocado todos os recursos dos governos a eles ligados para ajudar no problema da chacina e da escola em geral. Novamente me veio a lição: quando os professores estiverem em greve por melhores salários e condições dignas de trabalho, deverão eles dar uns tiros também? Deverão acertar as crianças, eles próprios ou os pais? Sim, pois, para chamar a atenção, precisam acertar quem não merece. Não podem atirar nos políticos!
É claro que uma escola com professores ganhando bem e com segurança pode evitar, sim, o que ocorreu ontem. Escolas bem preparadas evitam um monte de problemas. Aliás, é exatamente isso que nos ensinam os países dos Primeiro Mundo, principalmente os Estados Unidos: basta reparar o número de chacinas evitadas pelos seguranças de universidades e escolas públicas, nesses países, e aí fica fácil entender o que estou dizendo. No Brasil, a violência na escola é de tal ordem que o sindicato paulista dos professores mostrou, há alguns anos, que mais de 85% dos professores, em cinco anos de trabalho, haviam sofrido ao menos uma agressão em sala de aula – agressão mesmo! O que é isso? Falta de segurança? Não somente, mas principalmente o problema da deterioração geral do ambiente escolar por falta de uma política salarial e por falta de uma política maior de melhoria da vida escolar. Pois o professor que é agredido é o professor pobre ou que aparenta pobre. Quando o professor tinha o mesmo status financeiro do delegado, do juiz e do prefeito, em cada cidade, as coisas eram bem diferentes. Em uma sociedade fortemente hierarquizada pelo poder do dinheiro, como é a nossa, é fácil ver quem fica à mercê da perda de respeito quando os salários são estancados. A escola deixou de ser escola quando fizeram do professor alguém que não poderia mais estar nos palanques dos políticos, em dias comemorativos, só nos palanques dos sindicatos. Foi por aí que tudo se perdeu. Foi arrancada do professor do ensino básico a condição de pertencimento das elites locais. Isso é que iniciou a quebra de prestígio da escola e, então, a corrente de migração das classes médias da escola pública para a particular. A partir daí, nada mais funcionou.
O atirador da escola de Realengo mataria alguém, dentro ou no portão da escola. Claro. Mas, aqui, meu problema não é com ele. Sobre ele, já escrevi. Sobre como diminuir problemas desse tipo, já falei em outro texto e, enfim, também neste, ao lembrar da segurança das escolas no Primeiro Mundo. Meu problema aqui é o de mostrar que, infelizmente, só o barulho do revólver e só a cor de sangue faz a sociedade voltar os olhos para a escola brasileira. Que continue o show! Todos parecem pedir isso.  O show de ver políticos – todos – irem para a TV para dizer que “educação é prioridade”. Mas não é. E não é porque a nossa sociedade não tem mais o ensino escolar como um valor. As pessoas se acostumaram a ver escolas sem banheiro, sem guardas, sem material e, enfim, se habituaram a ver o professor como mendigo, despreparado moral, intelectual e financeiramente. Nossa sociedade aprendeu a valorizar o diploma, não o ensino. Os alunos estão aprendendo também essa inversão moral. Querem nota e “progressão automática”. Os pais reclamam disso, mas, no fundo, também querem exatamente somente isso. A escola? Ah, quando alguém promover nova desgraça, todos aparecerão lá novamente. A escola vai para a TV quando há sangue, drogas, violência e coisas assim. Fora disso, volta o cotidiano de um ambiente de mortos – mortos literais e mortos metafóricos.
© 2011 Paulo Ghiraldelli Jr. , filósofo, escritor e professor da UFRRJ

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Era dos carecas que eles gostavam mais!

06/04/2011
É claro que todo cientista que tenha alguma ambição quer descobrir a cura da calvície. Os laboratórios do mundo todo estão investindo bastante nisso, já há muito tempo. Dado que a vaidade masculina é a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a do pavão, todos nós sabemos que o pote de ouro no final do Arco Iris não é uma promessa só para gays, que se apropriaram do Arco Íris, mas para quem encontrar uma solução boa e definitiva para os carecas saírem do martírio.
Gerald Ford foi o presidente dos Estados Unidos que não conseguiu o que todos conseguem (até Bush levou!), que é se reeleger. Todo mundo disse para ele que foi por falta de tempo, por conta do mandato tampão. Mas ele jamais acreditou nisso, culpou a si mesmo por ser careca. Kojak fez muito sucesso careca, mas todos dizem que ele era sexy não por isso e, sim, por ficar com aquele eterno pirulito na boca. Ben Kinsgley sobreviveu bem ao fato de ser careca, mas o problema é que ele nasceu careca e assim ficou. Carecas desse tipo não contam no ranking. O que conta mesmo é gente como Homer Simpson que, careca, feio e barrigudo conseguiu ser apontado como um dos homens mais sexy do mundo.  Mas, sendo Homer um desenho, ele seria o mais sexy de qualquer maneira num mundo onde as coisas tomaram o lugar dos humanos. Se você é filósofo, então, pode tentar suportar ser careca, uma vez que há sempre o argumento – que não foi inventado pelo professor Nicolao – que diz que os cabelos caíram por causa da atividade intensa na parte interior da cabeça.  Bem, há de tudo para ser dito no mundo dos carecas. Mas, uma coisa é certa: não há careca não sonhe com o tal remédio contra a calvície. E um dia, esse remédio apareceu.
Não faz muito tempo, mas o certo é que nesses últimos anos a droga contra a calvície esteve aí na jogada, quase pronta para ser comercializada em grande escala. Seria como que a descoberta do Viagra – algo para rachar o bico de ganhar dinheiro. Todavia, por falar em Viagra, veio a desgraça: a tal droga deixa você cabeludo, mas impotente (Folha, 6/04). Sim! Estou falando a verdade. Os laboratórios encontraram aí um problema na droga: ela tira a libido, causa impotência, e isso durante cinco anos após o uso. Só após cinco anos os efeitos desaparecem. Você fica lindo, gostosão, cabeludo e, no entanto, incapaz. Você pode acoplar isso, já que falamos de Viagra, a mais um remédio.  Todavia, o problema parece não se resolver de modo tão simples assim. Para muitos novos cabeludos, nem mesmo o Viagra ajuda.
Já se sabia disso quando o remédio (Finasterida) foi lançado e a bula, no Brasil, não deixava de informar que a coisa não era rósea. Todavia, a vaidade no mundo masculino faz coisa que qualquer mulher duvida. E as conseqüências têm aumentado o número de corneamentos no Brasil.
O fato é que ninguém agüenta mais ter a cabeça de cima igual à cabeça de baixo. É injustiça. E pior injustiça ainda é você dizer: “amor, você podia ficar com duas cabeças carecas, porém com as duas funcionando, agora, nenhuma das duas funciona – a cabeluda está preocupada, decepcionada, a careca está caída, e de vez”. Uma mulher é capaz de perdoar uma cabeça falhando, a de cima, se ela for suprida pelo cartão de crédito abastecido. Mas duas, não.
O pavão continua tendo o seu problema, que são os pés. O homem continua a ter os seus problemas, que são suas cabeças.
© 2011 Paulo Ghiraldelli Jr, filósofo, escritor e professor da UFRRJ