Ex-detento preso injustamente morreu de infarto, atesta SVO
Redação do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR
23/11/2011 | 11h06 |
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23/11/2011 | 11h06 |
O ex-detento Marcos Mariano da Silva morreu vítima de um infarto. A causa da morte foi atestada esta manhã pelos médicos legistas que realizaram a necropsia no Serviço de Verificação de Óbito (SVO), na Cidade Universitária. O local e a hora do sepultamento ainda não foram informados pela família.
Marcos, que passou 19 anos preso injustamente, faleceu ontem, aos 63 anos. Ele foi encontrado sem vida pela esposa, Lúcia Vicente Rodrigues, por volta das 20h, na casa da família em Afogados. Ele ficou conhecido por ter passado quase duas décadas no Presídio Aníbal Bruno, acusado de homicídio. Durante o tempo que ficou detido, estilhaços de uma bomba lançada durante uma rebelião o atingiram, deixando-o cego de um olho. Pouco tempo depois, perdeu a visão no outro olho.
Lúcia contou que, na tarde de ontem, por volta das 14h, o marido havia recebido o telefonema do advogado informando que seria paga a segunda parcela da indenização de R$ 2 milhões, cobrada ao governo do estado. Ao procurar o marido para jantar, ela o encontrou morto no quarto do casal.
O major Roberto Galindo, ex-diretor do Aníbal Bruno, foi quem descobriu que Marcos era inocente. Segundo Galindo, o detento contava que em 1976 um homem ferido havia se debruçado sobre seu carro, manchando o veículo de sangue, no Cabo de Santo Agostinho. O homem morreu e a Polícia Civil do município acusou Marcos de ser autor do crime.
Quatro anos depois, o verdadeiro assassino foi capturado e Marcos foi solto, mas, segundo Galindo, ele contou que um policial que estava na operação que o prendeu da primeira vez o reconheceu na rua e, dizendo que ele havia fugido, levou-o de volta ao Aníbal Bruno, onde passou mais 15 anos atrás das grades. “Prenderam ele e não houve flagrante nem inquérito aberto. Todo dia ele me dizia que era inocente, até que resolvemos fazer um mutirão com casos antigos e descobrimos”, relembra.
Ao ser preso, Marcos foi abandonado pela primeira esposa e pelos filhos. No período em que ficou na cadeia, conheceu Lúcia, com quem adotou uma criança. Em 2006 o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ordenou que o governo do estado o indenizasse em R$ 2 milhões, dinheiro que foi pago em 2009.
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